Em meados de 1963, a entusiasta por arte, Ruth Blank, com apoio da prefeitura, fundou aquela que viria a ser a mais antiga escola de educação infantil de Pelotas. Hoje, 55 anos depois, a instituição atende a 120 crianças, divididas em seis turmas que, no sábado, vão exteriorizar todo o potencial artístico do educandário. Serão expostas produções feitas pelos próprios alunos, que prepararam desde pinturas até a confecção manual de instrumentos musicais. No palco, as crianças farão apresentações para pais e para a comunidade. A programação encerra com a cantora Marialba Torres.

A escola foi fundada na intenção de ser um local de ensino e valorização da arte para crianças e adolescentes. Não por acaso, a estrutura está inserida no parque Dom Antônio Zattera. O desejo de se criar um educandário de artes em uma praça vem do contato com a natureza e pela vocação cultural do local. Ao longo dos anos, a Ruth Blank alternou seu nome entre Escola Municipal de Artes (Emai) e Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei). Apesar das mudanças, sempre manteve suas raízes artísticas.

Hoje são duas professoras especializadas no ensino de artes. Uma delas, Janine Brod, ensina música e dá aula no local há 14 anos. Ela conta a importância lúdica do ensino de arte para essa faixa etária. A musicalização, o ensino de canções, brincadeiras e a confecção de materiais servem como estímulos positivos para a capacidade de aprendizado dos pequenos, além de prover a diversão e a beleza natural das atividades. "Eu acho que todo mundo tem que ter a chance de conhecer, de mergulhar nesse mundo", comenta.

O sábado será a "cereja no bolo" de uma semana de aniversário realizada em torno da valorização da cultura. Dentre outras realizações, foram oferecidas, por exemplo, oficinas de sapato americano e de contação de histórias, com apresentações musicais ao final do dia - do ballet à musica pop.

Marcia Vetromille Madruga é professora na escola desde 1990, e atua como diretora desde 2003. Com longa trajetória na Ruth Blank, ela expressa sua realização ao ver a produção das crianças e ao enxergar a evolução delas através da arte: "Aqui a gente luta pra manter essa oportunidade para as crianças. A gente encontra diversos ex-alunos, alguns se tornaram artistas, e todos lembram com muito carinho os dias passados aqui."